RESENHA - Seis pessoas acordam em uma ilha deserta sem saber como foram parar lá. Seis estranhos que nunca se encontraram, mas que tem em comum o vício pela heroína que dá rumo as suas vidas. Essas pessoas são viciadas, drogadas e marginalizadas que tem como único objetivo na vida buscar o próximo 'pico'. E nessa constante luta pela saciedade fazem de tudo para obter as mais variadas formas de se entorpecerem. Durante o dia a dia não percebem que estão sendo escolhidas para fazerem parte de um jogo, pois são pessoas que, caso desapareçam ninguém vai sentir a falta delas, só percebem isso quando acordam na ilha e comparam as suas histórias.
Quando eles encontram um baú contendo alimentos e uma carta, a crise de abstinência já tomou conta de todos, então o jogo inicia-se, pois há na carta uma promessa de recompensa que os animam a nadar até a próxima ilha. Observados pelos seus torturadores , não imaginam que estão sendo usados como iscas humanas.
O livro é narrado de forma intercalada pelos seis personagens que relatam suas vidas antes de chegarem até a ilha. Esse grupo de pessoas formado por duas mulheres e quatro homens são viciados irrecuperáveis, que vivem à margem da sociedade, são a escória, estão no nível mais baixo que um ser humano pode descer, repletos de defeitos, marginalizados e excluídos. A narrativa é forte e violenta, regada com um grande toque de horror. Talvez pessoas sensíveis não vão apreciar a leitura, mas tem um grande fundo de verdade em se tratando de viciados em drogas. É um thriller psicológico instigante a cada página e o final não foi assim tão surpreendente mas muito válido.
"Os demônios de cada um tinham se mancomunado com os bichos de sete cabeças de seus segredos profundos, resultando em estupros que geram bastardos deteriorados nos seus eus. Aqueles bastardos, crias da heroína e do remorso, precisavam constantemente de alimento. E só comiam carniça."
Ano: 2015
Páginas: 320
Editora: Record
Editora: Record
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